Quanto de Homo Sapiens há em nós?

A nossa espécie, Homo Sapiens (do latim homem sábio), existe há cerca de 300 mil anos. Somos o único sobrevivente do género Homo. Mas será que ainda somos assim tão semelhantes? Vamos fazer uma retrospetiva.

Inicialmente a nossa condição de caçadores-recolectores determinava um estilo de vida nómada e com um enorme empenho físico na obtenção de alimento e materiais necessários ao conforto e à segurança. A condição física era naturalmente desenvolvida.

Foi quando nos começámos a estabelecer em determinados locais mais favoráveis à vida humana, que se deu o advento da agricultura (há não mais de 13 mil anos), terminando assim a nossa condição de nómadas. Ainda assim mantivemos um estilo de vida muito exigente fisicamente, com árduo trabalho diário.
 
 

Foi há apenas cerca de 300 anos, com a revolução industrial, que os nossos hábitos de vida mudaram novamente e de forma drástica. Passámos a viver em grandes centros de aglomeração populacional, a trabalhar em fábricas, onde imperava a divisão de tarefas.

Se imaginarmos que a linha da nossa existência tem 1 metro de comprimento, então a agricultura surge a 4,3 centímetros do fim dessa linha, e a revolução industrial a 1 milímetro (!) do fim da mesma. 

Isto significa que uma espécie que se estabeleceu durante 300 mil anos com a atividade física inerente ao estilo de vida do caçador-recolector (andar, correr, trepar, carregar pesos, etc.) se viu, de repente, sentado numa linha de montagem ou em frente a um computador, ao lado do frigorífico.

Ora esta drástica alteração no nosso estilo de vida, não foi, obviamente, acompanhada de uma alteração biológica. Daí a necessidade que mantemos, para que sejamos saudáveis, de uma adequada atividade física.

 

É por esta razão que necessitamos do Exercício Físico. E diria até que, na minha opinião, é algo que devemos ao nosso corpo, por uma questão não só de saúde, mas também de respeito pelo incrível construto que é o ser humano. Afinal, o que mantemos das nossas origens? Quanto de Homo Sapiens há em nós? Arrisco-me a dizer que bastante menos do que deveria, pelo menos no que diz respeito à forma como nos exercitamos e “mexemos” o nosso corpo.

Nuno Ricardo, coordenador técnico do FIT IT

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